Câmara apresenta projeto para a requalificação da zona histórica de Arruda dos Vinhos
SA
16-08-2017 às 18:17
A Câmara de Arruda dos Vinhos deu a conhecer o seu projeto para a requalificação urbana da zona histórica. O périplo começou no Largo do Terreiro, no dia 29 de julho. Os arquitetos responsáveis pelo projeto Marco Paulo Antunes e Ana Bonifácio explicaram as ideias para as diferentes localizações. Até à data nenhuma delas está fechada, aguardando pelos contributos da população que deseje ver requalificado o espaço urbano.
No Largo do Terreiro, um pequeno largo aparece “requalificado” naquilo que os próprios arquitetos designaram como esboço, com árvores e algum mobiliário urbano. Uma casa hoje devoluta apresentar-se-á à posteriori de cara lavada. E será possível a fruição deste espaço de uma forma mais aprazível para a população. “A ideia é que a partir daqui se possam desencadear outras iniciativas”, explicou o arquiteto ao aludir a concertos e algum tipo de espetáculos como hoje já acontece com o “Há Jazz no Terreiro”. Esta operação terá também como objetivo que a partir de uma melhoria do espaço público, os particulares sintam o apelo de mudar os seus imóveis requalificando-os também. O Largo do Terreiro habitado na sua maioria por pessoas mais idosas “não está a atrair jovens nem negócios”, transformou-se “simplesmente num parque de estacionamento”, dificultando até “o socorro das ambulâncias”, se pensarmos que a maioria dos que cá vivem já têm uma idade avançada, aludiu o arquiteto.
Seria necessário fazer uma espécie de mini corredor da mobilidade onde os veículos possam passar sem comprometer a nova matriz de fruição desejada para aquela zona antiga, através de uma “passagem tangencial” à semelhança do que acontece “nas praças espanholas”. Uma das soluções para o parqueamento automóvel pode passar num espaço com capacidade para tal junto à junta de freguesia de Arruda. “Não é ao pé das nossas casas mas é uma hipótese” deixou no ar.
No Largo do Terreiro fomos encontrar Maria Madalena Costa, já com uma idade longa, reside há apenas sete meses no local, pois teve de abandonar o seu casal situado perto do Pingo Doce. Adaptou-se bem à nova morada, e tem apenas um reparo – “A estrada devia ser arranjada mesmo junto à minha casa, porque tem uma inclinação e os carros quase que batem”, diz, mostrando a irregularidade no piso. Perante a hipótese de o largo poder sofrer um novo arranjo urbanístico mostra-se entusiasmada com a ideia e até confessa que não conhecia esta parte de Arruda até ao momento em que veio morar para a localização em causa. “Gosto muito da vizinhança, muitos vêm bater-me À porta para saber como estou”, diz. Maria Odete vive com Maria Madalena Costa e também se mostra agradada com o bairro. Um dos edifícios que aparece requalificado, é uma casa particular de uns sobrinhos do marido de Maria Emília Rosa – “Gostava de ver isto como novo mas que eu saiba está tudo a cair aos bocados lá para dentro”.
A comitiva seguiu depois para um novo espaço, bem perto, onde funcionava o antigo quartel de bombeiros, na parte das traseiras. O projeto contempla uma parede de escalada onde antes estava a torre do edifício. Também a rua onde se encontra a junta de freguesia pode vir a ser um dos espaços contemplados no futuro. Para já a rua surge com um novo piso, e com uma nova zona de estar mesmo em frente ao edifício da autarquia desaparecendo o gradeamento em ferro e o muro. “Pensámos em transformar isso numa série de canteiros e de escadas” e quem saba transformar o local num novo ponto de encontro à semelhança do que acontece no largo da Câmara, e de certa forma substituir-se ao Cantinho da Alegria “demasiado pequenino e que foi arranjado à pressão”, enfatizou o arquiteto.
No Largo do Terreiro, um pequeno largo aparece “requalificado” naquilo que os próprios arquitetos designaram como esboço, com árvores e algum mobiliário urbano. Uma casa hoje devoluta apresentar-se-á à posteriori de cara lavada. E será possível a fruição deste espaço de uma forma mais aprazível para a população. “A ideia é que a partir daqui se possam desencadear outras iniciativas”, explicou o arquiteto ao aludir a concertos e algum tipo de espetáculos como hoje já acontece com o “Há Jazz no Terreiro”. Esta operação terá também como objetivo que a partir de uma melhoria do espaço público, os particulares sintam o apelo de mudar os seus imóveis requalificando-os também. O Largo do Terreiro habitado na sua maioria por pessoas mais idosas “não está a atrair jovens nem negócios”, transformou-se “simplesmente num parque de estacionamento”, dificultando até “o socorro das ambulâncias”, se pensarmos que a maioria dos que cá vivem já têm uma idade avançada, aludiu o arquiteto.
Seria necessário fazer uma espécie de mini corredor da mobilidade onde os veículos possam passar sem comprometer a nova matriz de fruição desejada para aquela zona antiga, através de uma “passagem tangencial” à semelhança do que acontece “nas praças espanholas”. Uma das soluções para o parqueamento automóvel pode passar num espaço com capacidade para tal junto à junta de freguesia de Arruda. “Não é ao pé das nossas casas mas é uma hipótese” deixou no ar.
No Largo do Terreiro fomos encontrar Maria Madalena Costa, já com uma idade longa, reside há apenas sete meses no local, pois teve de abandonar o seu casal situado perto do Pingo Doce. Adaptou-se bem à nova morada, e tem apenas um reparo – “A estrada devia ser arranjada mesmo junto à minha casa, porque tem uma inclinação e os carros quase que batem”, diz, mostrando a irregularidade no piso. Perante a hipótese de o largo poder sofrer um novo arranjo urbanístico mostra-se entusiasmada com a ideia e até confessa que não conhecia esta parte de Arruda até ao momento em que veio morar para a localização em causa. “Gosto muito da vizinhança, muitos vêm bater-me À porta para saber como estou”, diz. Maria Odete vive com Maria Madalena Costa e também se mostra agradada com o bairro. Um dos edifícios que aparece requalificado, é uma casa particular de uns sobrinhos do marido de Maria Emília Rosa – “Gostava de ver isto como novo mas que eu saiba está tudo a cair aos bocados lá para dentro”.
A comitiva seguiu depois para um novo espaço, bem perto, onde funcionava o antigo quartel de bombeiros, na parte das traseiras. O projeto contempla uma parede de escalada onde antes estava a torre do edifício. Também a rua onde se encontra a junta de freguesia pode vir a ser um dos espaços contemplados no futuro. Para já a rua surge com um novo piso, e com uma nova zona de estar mesmo em frente ao edifício da autarquia desaparecendo o gradeamento em ferro e o muro. “Pensámos em transformar isso numa série de canteiros e de escadas” e quem saba transformar o local num novo ponto de encontro à semelhança do que acontece no largo da Câmara, e de certa forma substituir-se ao Cantinho da Alegria “demasiado pequenino e que foi arranjado à pressão”, enfatizou o arquiteto.
A zona do Miradouro de onde hoje se avista a obra em curso do parque urbano das rotas também foi contemplado e no futuro pretende-se que seja ao mesmo tempo “um local onde se está no parque sem se estar”. Receberá uma pérgula e algum mobiliário urbano nos escassos centímetros em que se encontra. No projeto chama-se Miradouro da Corujeira, “como forma de tirarmos partido desta alavanca que é o parque urbano”. “Trata-se de uma paisagem cheia de cambiantes, e por isso achamos que vale a pena esta ideia de janela no miradouro”, acrescentou Ana Bonifácio. O colega corroborou – “Estas pequenas obras fazem sentido tendo em conta que se calhar a maioria de nós não vinha até este tipo de sítios há não sei quantos anos. É um espaço que ficou esquecido, e que até já teve negócios como o ‘Segredo da Cozinheira’.”
Um dos projetos mais ambiciosos prende-se com a denominada zona das cascatas, hoje ao abandono, e com o esgoto a correr a céu aberto. A intervenção pode vir a contemplar a instalação de passadiços para a prática de algum desporto ou simplesmente de passeio. No local, toda a requalificação do espaço do rio e das margens terá de ser uma realidade caso contrário não fará sentido. O arquiteto enfatizou a beleza do local e as potencialidades que pode vir a oferecer.
A visita terminou no adro da igreja junto ao antigo posto da GNR, e no futuro pode oferecer condições interessantes para a instalação de projetos de empresas do ramo agroalimentar. “Ao não estar a ser usado, este edifício corre sérios riscos, e não podemos deixar que sendo tão emblemático possa cair no esquecimento”. A calçada em xadrez tem obstaculizado ao estacionamento selvagem no local pelo que o futuro deste recanto pode ser promissor. Trazer mais pessoas é também o objetivo através de uma refuncionalização do edifício. O estacionamento automóvel poderá ter como destino algumas bolsas existentes no Beco Torto, mas o principal destino para esta questão deverá mesmo passar pelo estacionamento da junta.
Já durante a apresentação do projeto na sua globalidade que decorreu no auditório do Morgado, o presidente da Câmara, André Rijo, falou num custo global para os cinco locais de 2 milhões e meio de euros, podendo chegar aos cinco milhões tendo em conta a necessidade de se intervir a nível do subsolo com infraestruturação e substituição das redes, dados os problemas de fuga de água e os locais onde o esgoto é unitário o que origina custos acrescidos na ETAR. O autarca tem como ambição no caso de ser reconduzido para mais um mandato fazer pelo menos a obra do Largo do Terreiro e a das Cascatas, sublinhando ainda a abertura de linhas de crédito para que os particulares apostem também na requalificação dos seus edifícios, contributo sem o qual a renovação do centro histórico não terá a sua razão de existir.
Já durante a apresentação do projeto na sua globalidade que decorreu no auditório do Morgado, o presidente da Câmara, André Rijo, falou num custo global para os cinco locais de 2 milhões e meio de euros, podendo chegar aos cinco milhões tendo em conta a necessidade de se intervir a nível do subsolo com infraestruturação e substituição das redes, dados os problemas de fuga de água e os locais onde o esgoto é unitário o que origina custos acrescidos na ETAR. O autarca tem como ambição no caso de ser reconduzido para mais um mandato fazer pelo menos a obra do Largo do Terreiro e a das Cascatas, sublinhando ainda a abertura de linhas de crédito para que os particulares apostem também na requalificação dos seus edifícios, contributo sem o qual a renovação do centro histórico não terá a sua razão de existir.