Escavações no Moinho do Custódio abrem caminho para novas descobertas
SA 12-08-2019 às 17:11
Terminou mais uma campanha de escavações no Moinho do Custódio, na freguesia de Arranhó, que permitiu consolidar a tese da sua habitação por povos no período Calcolítico, há cinco mil anos atrás. As escavações tiveram a coordenação de Ana Catarina Sousa, arqueóloga da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e do arqueólogo do município, Jorge Lopes. Participaram ainda alunos de arqueologia daquela instituição de ensino.
Desde 2006 que este foi identificado como um sítio com potencial arqueológico pelos estudiosos Guilherme Cardoso e António Gonzalez tendo sido identificados materiais da época romana como cerâmicas decoradas, um machado de pedra polida, bem como alguns alinhamentos de pedra “que podiam ser associados a uma muralha ou estrutura habitacional”, lembra Jorge Lopes. No município a partir da Carta Arqueológica efetuada em 2015 por Jorge Lopes foram identificados 38 sítios de vários períodos desde o Neolítico até ao período contemporâneo, quando antes havia só oito. O Moinho do Custódio é dos que tem mais potencial. Tendo em conta o seu enquadramento histórico representa as primeiras formas de organização da sociedade- “Temos agricultores e pastores como se de tribos se tratassem”. Este é um período onde as sociedades criam muralhas o que “indica alguma competitividade entre as vários tribos, em que a população já está a crescer, e as muralhas apontam para a necessidade de se protegerem”. O moinho denota “ocupação desde a Idade do Cobre, passando pelo período pré-romano, até outras ainda mais recentes”, consubstancia Ana Catarina Sousa, para demonstrar que o sítio esteve na mira dos povos ao longo de milénios.
Na elevação considerada para o efeito, conservam-se vestígios de vários momentos da ocupação "rural" deste território, desde o terceiro milénio a.C. (Calcolítico), principal fase de utilização do sítio. Trata-se de um povoado, com possíveis estruturas de fortificação, tendo-se identificado artefactos associados a essa cronologia (cerâmica e pedra lascada) bem como “restos de fauna que nos reportam para a alimentação dessas primeiras sociedades camponesas”, refere a arqueóloga Ana Catarina Sousa. Registam-se também ocupações da Idade do Ferro e, posteriormente, de cronologia moderna e contemporânea associada ao moinho. Após uma primeira fase de trabalho de campo, decorre agora a análise dos dados recolhidos. “Estamos numa fase muito inicial ainda, no fundo apena escavámos uma ponta do sítio”. Na Estremadura existirão cerca de vinte sítios deste tipo. Neste como noutros sítios contemporâneos daquela era, não é fácil encontrar sepultamentos que estariam separados dos locais de povoamento. “Temos essa dificuldade particular na Estremadura portuguesa, o que não acontece noutras áreas da Península Ibérica, e dou exemplo de Portimão onde as zonas de habitação e de sepultamentos estão próximas, o que não é assim tão linear nesta região”.
Os trabalhos de escavação arqueológica estão também associados a estudos multidisciplinares que melhor permitirão caracterizar os contextos arqueológicos, tais como a realização de levantamentos com o recurso às geotecnologias, análises químicas para obtenção de cronologia absoluta e estudos dos materiais e estruturas identificados.
Desde 2006 que este foi identificado como um sítio com potencial arqueológico pelos estudiosos Guilherme Cardoso e António Gonzalez tendo sido identificados materiais da época romana como cerâmicas decoradas, um machado de pedra polida, bem como alguns alinhamentos de pedra “que podiam ser associados a uma muralha ou estrutura habitacional”, lembra Jorge Lopes. No município a partir da Carta Arqueológica efetuada em 2015 por Jorge Lopes foram identificados 38 sítios de vários períodos desde o Neolítico até ao período contemporâneo, quando antes havia só oito. O Moinho do Custódio é dos que tem mais potencial. Tendo em conta o seu enquadramento histórico representa as primeiras formas de organização da sociedade- “Temos agricultores e pastores como se de tribos se tratassem”. Este é um período onde as sociedades criam muralhas o que “indica alguma competitividade entre as vários tribos, em que a população já está a crescer, e as muralhas apontam para a necessidade de se protegerem”. O moinho denota “ocupação desde a Idade do Cobre, passando pelo período pré-romano, até outras ainda mais recentes”, consubstancia Ana Catarina Sousa, para demonstrar que o sítio esteve na mira dos povos ao longo de milénios.
Na elevação considerada para o efeito, conservam-se vestígios de vários momentos da ocupação "rural" deste território, desde o terceiro milénio a.C. (Calcolítico), principal fase de utilização do sítio. Trata-se de um povoado, com possíveis estruturas de fortificação, tendo-se identificado artefactos associados a essa cronologia (cerâmica e pedra lascada) bem como “restos de fauna que nos reportam para a alimentação dessas primeiras sociedades camponesas”, refere a arqueóloga Ana Catarina Sousa. Registam-se também ocupações da Idade do Ferro e, posteriormente, de cronologia moderna e contemporânea associada ao moinho. Após uma primeira fase de trabalho de campo, decorre agora a análise dos dados recolhidos. “Estamos numa fase muito inicial ainda, no fundo apena escavámos uma ponta do sítio”. Na Estremadura existirão cerca de vinte sítios deste tipo. Neste como noutros sítios contemporâneos daquela era, não é fácil encontrar sepultamentos que estariam separados dos locais de povoamento. “Temos essa dificuldade particular na Estremadura portuguesa, o que não acontece noutras áreas da Península Ibérica, e dou exemplo de Portimão onde as zonas de habitação e de sepultamentos estão próximas, o que não é assim tão linear nesta região”.
Os trabalhos de escavação arqueológica estão também associados a estudos multidisciplinares que melhor permitirão caracterizar os contextos arqueológicos, tais como a realização de levantamentos com o recurso às geotecnologias, análises químicas para obtenção de cronologia absoluta e estudos dos materiais e estruturas identificados.