Opinião Lélio Lourenço:
Abastecer ou empobrecer?
21-06-2018 às 21:37
Dez semanas. Foram dez semanas consecutivas em que os portugueses pagaram mais pela gasolina e pelo gasóleo. Para os mais distraídos, os valores que andámos a pagar para abastecer o carro eram os mesmos que em 2014, quando estávamos em plena crise económica.
Ora, o Governo apregoou aos sete ventos que estava virada a página da austeridade. Que tinham dado uma palavra e que seria honrada. Mas a realidade mostra-nos um lado diferente.
A pressa em repor tudo a todos só poderia ter este resultado: o aumento de um imposto que não faz diferença entre os que podem pagar mais e os que podem pagar menos. Que nem distingue o abastecimento de um carro particular ou de um carro de bombeiros.
É certo que o nosso primeiro-ministro tem uma alternativa para quem não pode encher o depósito. Não nos esquecemos do seu célebre conselho em 2016, quando sugeriu aos portugueses que optassem pelos transportes públicos. Mas claro que nem podemos entrar por aí, pois os transportes continuam a ser parcos em quantidade e ainda esta semana nos vimos confrontados com mais uma greve do setor ferroviário que deixou milhares de portugueses apeados.
A realidade com a qual nos devemos deparar é que, só nos primeiros três meses deste ano, o Estado encaixou 9 milhões de euros, por dia, com o Imposto Sobre os produtos Petrolíferos. Foi bem aplicado? Bem sabemos que não. O desinvestimento na Saúde é gritante. Na Educação, idem. Nas forças de segurança, o mesmo cenário.
Em mês de arranque do Mundial, é certo que não nos esquecemos de que há um campeonato em que ainda somos campeões europeus, mas fora dos relvados passamos bem sem ocupar o quinto lugar dos que pagam mais por gasolina na União Europeia e o décimo dos que pagam mais gasóleo.
Ora, o Governo apregoou aos sete ventos que estava virada a página da austeridade. Que tinham dado uma palavra e que seria honrada. Mas a realidade mostra-nos um lado diferente.
A pressa em repor tudo a todos só poderia ter este resultado: o aumento de um imposto que não faz diferença entre os que podem pagar mais e os que podem pagar menos. Que nem distingue o abastecimento de um carro particular ou de um carro de bombeiros.
É certo que o nosso primeiro-ministro tem uma alternativa para quem não pode encher o depósito. Não nos esquecemos do seu célebre conselho em 2016, quando sugeriu aos portugueses que optassem pelos transportes públicos. Mas claro que nem podemos entrar por aí, pois os transportes continuam a ser parcos em quantidade e ainda esta semana nos vimos confrontados com mais uma greve do setor ferroviário que deixou milhares de portugueses apeados.
A realidade com a qual nos devemos deparar é que, só nos primeiros três meses deste ano, o Estado encaixou 9 milhões de euros, por dia, com o Imposto Sobre os produtos Petrolíferos. Foi bem aplicado? Bem sabemos que não. O desinvestimento na Saúde é gritante. Na Educação, idem. Nas forças de segurança, o mesmo cenário.
Em mês de arranque do Mundial, é certo que não nos esquecemos de que há um campeonato em que ainda somos campeões europeus, mas fora dos relvados passamos bem sem ocupar o quinto lugar dos que pagam mais por gasolina na União Europeia e o décimo dos que pagam mais gasóleo.