Sebastião Sarmento, o artesão que procura inspiração na atualidade
SA
16-02-2017 às 19:37
Sebastião Sarmento veio para Arruda no ano 2000, e é conhecido pelo seu trabalho como artesão. Trabalha madeiras provenientes de várias espécies de árvores e consegue esculpir peças que a todos tem surpreendido. Neste momento, está de volta de um trabalho que faz alusão ao tema dos refugiados. Mas ao longo dos tempos inspiração na atualidade não lhe tem faltado e como tal há peças a evocar de uma forma simbólica e artística o 11 de Setembro, ou o tema da despenalização do aborto. Presença sempre requisitada em feiras, dá a conhecer que seleciona bem onde quer aparecer, porque considera que os artesãos deveriam ser mais apoiados.
No seu atelier, encontram-se algumas peças para serem restauradas, e um aparelho de rádio vai dando para ouvir a emissão da Rádio Renascença – “A minha companhia”, relata. Antes mostrou-nos uma serra muito antiga que já é pertença da sua família “há mais de 200 anos” não tem dúvidas em indicar. Chama-se serra minhota e é já uma relíquia. A escultura que evoca os refugiados está em marcha. Esculpida em madeira da amoreira, deverá estar pronta no mês de junho: “Mas não sei se vou conseguir estar na Feira Internacional de Artesanato, onde já ganhei uma menção honrosa em 2005”. “A Câmara não tem capital para ajudar, vamos ver se consigo ir pelo stand do Oeste”.
Outra das peças que tem atualmente em mãos relaciona-se com um tributo à seleção de futebol, e aponta para um tronco seco que em breve deverá ganhar vida: “Vou esculpir um corpo mas no lugar da cara meto um quadrado com o mapa da França, faço as orelhas, coloco um cachecol, e umas chuteiras como havia antes até ao joelho”. Vai-se chamar “16”, de 2016. O tema do futebol é recorrente no seu trabalho, e até tem uma peça que presta tributo ao pequeno Martinus, sobrevivente do Tsunami do Índico em 2004, que envergava uma camisola da seleção com o número 10 de Rui Costa. A peça é composta por 10 cabeças, sete mãos, e uma cobra “símbolo da vida”. “O que mais me emocionou no tsunami foi o sufoco das pessoas”. Foi com este trabalho que venceu a menção honrosa. Várias mãos abraçam a figura (trabalhada em madeira de amoreira) numa tentativa de “socorrer e prestar solidariedade” como foi o caso. Já teve convites para vender a peça, até por cinco mil euros, mas não conseguiu desfazer-se da obra.
No seu atelier, encontram-se algumas peças para serem restauradas, e um aparelho de rádio vai dando para ouvir a emissão da Rádio Renascença – “A minha companhia”, relata. Antes mostrou-nos uma serra muito antiga que já é pertença da sua família “há mais de 200 anos” não tem dúvidas em indicar. Chama-se serra minhota e é já uma relíquia. A escultura que evoca os refugiados está em marcha. Esculpida em madeira da amoreira, deverá estar pronta no mês de junho: “Mas não sei se vou conseguir estar na Feira Internacional de Artesanato, onde já ganhei uma menção honrosa em 2005”. “A Câmara não tem capital para ajudar, vamos ver se consigo ir pelo stand do Oeste”.
Outra das peças que tem atualmente em mãos relaciona-se com um tributo à seleção de futebol, e aponta para um tronco seco que em breve deverá ganhar vida: “Vou esculpir um corpo mas no lugar da cara meto um quadrado com o mapa da França, faço as orelhas, coloco um cachecol, e umas chuteiras como havia antes até ao joelho”. Vai-se chamar “16”, de 2016. O tema do futebol é recorrente no seu trabalho, e até tem uma peça que presta tributo ao pequeno Martinus, sobrevivente do Tsunami do Índico em 2004, que envergava uma camisola da seleção com o número 10 de Rui Costa. A peça é composta por 10 cabeças, sete mãos, e uma cobra “símbolo da vida”. “O que mais me emocionou no tsunami foi o sufoco das pessoas”. Foi com este trabalho que venceu a menção honrosa. Várias mãos abraçam a figura (trabalhada em madeira de amoreira) numa tentativa de “socorrer e prestar solidariedade” como foi o caso. Já teve convites para vender a peça, até por cinco mil euros, mas não conseguiu desfazer-se da obra.
A ideia de fazer um trabalho tendo em conta a problemática do aborto mereceu da sua parte um trabalho sui generis, onde um feto é visível a sair da barriga de uma gravida, recebeu o nome de “Ocultismo”, mas prefere não se identificar com uma posição sobre o tema. Sebastião Sarmento refere que muitas vezes se deixa surpreender pelas formas da madeira e o que a natureza antes de si esculpiu. Há uma peça onde quase se consegue ver uma réplica do quadro “O Grito “ Munch , porque tem “uma espécie de olhos e uma boca”. “Achei um espetáculo”. O artesão começou a esculpir em 1983, e de lá para cá não mais parou. Há sempre desafios e novos temas para dar asas à imaginação.